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sexta-feira, 27 de junho de 2014

Mães más...

MÃES MÁS(Dr.Carlos Hecktheuer, Médico Psiquiatra)

Um dia quando meus filhos forem crescidos o suficiente para entender a Lógica que motiva os pais e mães, eu ei de dizer-lhes:
Eu os amei, o suficiente para ter perguntado aonde vão, com quem vão e a que horas regressarão.
Eu os amei o suficiente para não ter ficado em silêncio e fazer com que vocês soubessem que aquele novo amigo não era boa companhia.
Eu os amei o suficiente para os fazer pagar as balas que tiraram do supermercado ou revista do jornaleiro, e os fazer dizer ao dono:
"Nós pegamos isto ontem e queríamos pagar."
Eu os amei o suficiente para ter ficado em pé junto de vocês, duas horas, enquanto limpavam seu quarto, tarefa que eu teria feito em 15 minutos.
Eu os amei o suficiente para os deixar ver além do amor que eu sentia por vocês, o desapontamento e também as lágrimas nos meus olhos.
Eu os amei o suficiente para os deixar assumir a responsabilidade de suas ações, mesmo quando as penalidades eram tão duras que me partiam o coração.
Mais do que tudo, eu os amei o suficiente para dizer-lhes não, quando sabia que vocês poderiam me odiar por isso (e em alguns momentos até odiaram).
Essas eram as mais difíceis batalhas de todas. Estou contente, venci...porque no final vocês venceram também! E em qualquer dia,
quando meus netos forem crescidos o suficiente para entender a lógica que motiva os pais e mães; quando eles lhes perguntarem se sua mãe era má, meus filhos vão lhes dizer:
"Sim, nossa mãe era má, era a mãe mais má do mundo..."
As outras crianças comiam doces no café e nós tínhamos que comer cereais, ovos, torradas. As outras crianças bebiam refrigerantes e comiam batas fritas e sorvetes no almoço e nós tínhamos que comer arroz, feijão, carne, legumes e frutas. E ela nos obrigava a jantar à mesa, bem diferente de outras mães que deixavam seus filhos comerem vendo televisão, ela insistia em saber onde estávamos a toda hora (ligava no nosso celular de madrugada e fuçava nossos e-mais), era quase uma prisão!
Mamãe tinha que saber quem eram nossos amigos e o que nós fazíamos com eles, insistia, que lhe disséssemos com quem íamos sair, mesmo que demorássemos apenas uma hora ou menos.
Nós tínhamos vergonha de admitir, mas ela "violava as leis do trabalho infantil." Nós tínhamos que tirar a louça da mesa, arrumar nossas bagunças, esvaziar o lixo e fazer todo esse tipo de trabalho que achávamos cruéis.
Eu acho que ela nem dormia a noite, pensando em coisas para nos mandar fazer.
Ela insistia sempre conosco para que lhe disséssemos sempre a verdade e apenas a verdade. E quando éramos adolescentes, ela conseguia até ler nossos pensamentos.
A nossa vida era mesmo chata!
Ela não deixava nossos amigos tocarem a buzina para que saíssemos; tinham que subir, bater à porta, para ela os conhecer. Enquanto todos podiam voltar tarde da noite com 12 anos, tivemos esperar pelos 16 anos para chegar um pouco mais tarde, e aquela chata levantava para saber se a festa foi boa (só para saber como estávamos ao voltar). Por causa de nossa mãe, nós perdemos imensas experiências na adolescência:
Nenhum de nós esteve envolvido com drogas, em roubo, em atos de vandalismo, em violação de propriedades, nem fomos presos por nenhum crime.
FOI TUDO POR CAUSA DELA!
Agora que já somos adultos, honestos e educados, estamos fazendo o melhor para sermos "PAIS MAUS", como foi nossa mãe.
"EU ACHO QUE ESTE É UM DOS MALES DO MUNDO DE HOJE: NÃO HÁ SUFICIENTES MÃES MÁS."

Um comentário:

  1. Pois é, eu também tive um a mãe má como essa e como agradeço por todas essas maldades, pois me tornou numa boa filha, boa esposa e excelente dona de casa. Saudades dos tempos onde as mães más predominavam e não a internet, as longas horas afrente da tv pq assim elas não tem que conversar e responder aos intermináveis "porque"??

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