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segunda-feira, 14 de novembro de 2011

O falador que faz mexericos


"O mexeriqueiro descobre o segredo, mas o fiel de espírito o encobre" (Provérbios 11:13).

A definição que o dicionário Aurélio dá de mexericar é: “Narrar em segredo e astuciosamente, com o fim de malquistar, intrigar ou enredar. Andar com mexericos; fazer intrigas”. E na definição de mexeriqueiro, encontramos o termo “leva-e-traz”, ou seja: fofoqueiro.

Outra definição: Falação, Rumor, Bisbilhotice, Intriga, Fuxico... Ou simplesmente, FOFOCA

Origem do verbo “mexericar” deriva do forte odor que a fruta mexerica (tangerina) deixa na mão. Por isso, não há como esconder que se comeu uma mexerica. Essa mesma inclinação reveladora tem o Fofoqueiro. Pedir segredo para o Fofoqueiro é como pedir a alguém que não revele que comeu uma mexerica.

Maneiras de mexericar

*Comunicação descuidada. Algumas vezes as pessoas, numa conversa animada, são arrastadas a dizer coisas sem pensar. Talvez a língua esteja batendo mais depressa do que os processos de pensamento estejam funcionando. Palavras que levam boatos e relatos que poderiam ser danosos à reputação de alguém são deixadas escapar dos lábios. O falador não entrou na conversa para se tornar mexeriqueiro mas, por descuido, de fato se envolveu em passar adiante uma bisbilhotice. Palavras imprudentes podem revelar segredos e prejudicar tão rapidamente como palavras escolhidas deliberadamente com esse fim.

*Insinuação maliciosa. Em muitos casos, o mexeriqueiro solta alusões sutis que naturalmente despertam curiosidade. Ele faz insinuações que estimulam perguntas. Ele aguça o apetite do ouvinte. Por exemplo, ele pode dizer, "Não ficaria bem para mim dizer tudo o que sei, mas posso lhe dizer apenas isto." O mexeriqueiro começa sondando até que todo o assunto está à vista.

*Comunicação confidencial. A história pode ser levada por alguém que roga que o que ele está para relatar tem que ser mantido confidencial. "Isto fica estritamente entre mim e você", ele insiste. Ele trai a confiança do outro enquanto insiste em que alguém não siga seu exemplo! Ele até pode acentuar a necessidade de "guardar isto debaixo do seu chapéu", falando num sussurro. "Você não pode transpirar nem uma palavra sobre isto, a ninguém", ele adverte enquanto despeja toda a história.

*Tagarelice aberta. E há também o mexeriqueiro que anuncia em voz alta tudo, não importa quão pessoal e confidencial possa ser. Passar-lhe informação é como pô-la no noticiário das seis horas. Ele age como se fosse o seu papel contar tudo o que sabe, quer precise ser dito ou não. Ele vibra por ser o primeiro a informar alguém sobre alguma coisa, mesmo que seja caluniosa. Ele é viciado em contar tudo que ouve. Em muitos casos, esta pessoa intromete-se em assuntos que não são de sua conta, passa muito tempo ao telefone (é sua linha privativa!), e faz um monte de perguntas.

Seja qual fora a técnica do mexeriqueiro, ele está empenhado numa prática podre. A lei de Moisés dizia claramente, "Não andarás como mexeriqueiro entre o teu povo..."(Levítico 19:16). O Novo Testamento adverte contra sermos abelhudos, cochichadores e maldizentes (2 Coríntios 12:20; 2 Tessalonicenses 3:11; Romanos 1:29-30).

Fazendo o contraponto sobre esse tema vale lembrar-nos da famosa “Metáfora das Três Peneiras”:

“Conta-se que certa vez um amigo procurou Sócrates, o célebre filósofo grego, desejando contar-lhe algo sobre a vida de outro amigo comum.
- Quero contar-te algo sobre o nosso amigo Andréas que vai deixar-te boquiaberto.
- Espera – interrompeu o filósofo – passaste o que vais dizer pelas três peneiras.
- Três peneiras? Espantou-se o interlocutor.
- Primeira peneira: a coisa que me contarás é verdade?
- Segunda peneira: a coisa que pretendes me contar é boa?
- Terceira peneira: o que tinhas a intenção de me contar é de utilidade tanto para mim como para o nosso Andréas e para ti mesmo?
- Não, não e não.
- Então, caro amigo, disse Sócrates, a coisa que pretendias me contar não é certamente verdadeira, nem boa, nem útil - assim sendo, não tenho a intenção de conhecê-la e aconselho-te a não mais procurar divulgá-la.
Vale ainda refletirmos sobre o que nos disse o Dalai Lama: “Não somos apenas peças de uma máquina ou passageiros impotentes de uma volta pela vida - às vezes suave, às vezes turbulenta. Precisamos, então, examinar mais de perto o que estamos vivenciando cada dia... Nossos ambientes de vida, trabalho e lar, incluindo as atitudes e comportamentos dos outros, apenas fornecem as circunstâncias com as quais vivemos nossas vidas. “A qualidade de nossa vida - o que nós mesmos, ninguém mais, está vivenciando agora mesmo - contudo, é o resultado direto de nossas próprias atitudes - de ninguém mais - e o comportamento que elas geram”.

Um comentário:

  1. Nossa quantos ensinamentos temos na bíblia a respeito de mexericos!!!
    Creio que tudo isso se resuma em uma frase: A boca fala do que está cheio o coração.

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